Autor: Adriana N. Habbaby
Este livro visa estimular a atenção precoce aos problemas de voz em crianças e adolescentes, tendo como premissa principal a “prevenção”, uma vez que as patologias vocais podem começar muito cedo e, em muitos casos, passar despercebidas, não porque não sejam evidenciadas, mas porque não são priorizadas ou dada a importância que merecem, seja do ambiente familiar, seja do ambiente escolar, coral, esportivo, etc. Muitas dessas crianças “roucas” sofrem de disfonia infantil crônica, outras passam pela fase da puberdade com dificuldade, quando começa e se desenvolve a surdez vocal, sofrendo de disfonia ou afonia significativa. Se levarmos em conta que o fenômeno da voz se apresenta no ser humano como função comunicativa e socializadora, utilizada entre os interlocutores como veículo pelo qual os pensamentos se materializam e as emoções são transmitidas de acordo com os diferentes estados de espírito, pois, portanto, é preciso tomar consciência da importância e do lugar que a voz deve ocupar na vida de cada indivíduo para atuar e atuar na sociedade. Somente quando se perde ou se altera, a voz adquire o significado que representa, pois ao não poder fazer uso normal dela, experimenta-se a sensação de “impotência” diante da dificuldade em produzir um som claro, fluido, audível. e voz sem esforço. A perda da voz em crianças parcial (disfonia) ou totalmente (afonia) por muito tempo, e cuja idade mais comum de aparecimento é na pré-escola e na escola, é um fato mais frequente do que se acredita e por isso o interesse necessário não tem lhe foi dado desde que a “rouquidão” parece encontrar aceitação como uma coisa normal em crianças. Estes são descritos e rotulados, em alguns casos, como “crianças gritando”. Algumas mães de crianças disfônicas consideram que a voz do filho é normal, que sempre falou com a voz rouca, que sempre teve aquela voz; e até então nos deparamos com uma patologia infantil de longa data das cordas vocais. Os sintomas mais relevantes são: voz rouca e áspera, de pouca intensidade, com dificuldades para falar, cantar, gritar, etc. e acompanhando o quadro, costumam apresentar dificuldades na técnica respiratória com histórico de resfriados crônicos, sinusites, alergias, amigdalite crônica, problemas brônquicos, hipertrofia de adenóides, etc.